quinta-feira, 7 de abril de 2011

Massacre em Realengo

Na manhã desta quinta-feira (7), na Zona Oeste do Rio de Janeiro no bairro de Realengo, transformou-se em um cenário do crime mais brutal já ocorrido numa escola do país. Wellington Menezes de Oliveira, 24,  ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, invadiu a escola e fez vários disparos que teriam atingido mais de 30 alunos. De acordo com a Secretaria do Estado de Saúde, 11 crianças morreram e outras 17 ficaram feridas.
Wellington entrou numa sala de aula, disse que daria uma palestra aos alunos, pediu para que as crianças fechassem os olhos e levantassem os braços, logo ele abriu fogo contra as crianças. O atirador foi contido por um sargento da Polícia Militar. O policial foi chamado ao local por dois estudantes feridos que fugiram da escola para pedir ajuda. Chegando lá, o sargento Alves encontrou as crianças trancadas nas salas de aula e Wellington subindo uma escada em direção ao terceiro andar. O policial atirou no abdome do criminoso e pediu que ele largasse a arma. Em seguida, o atirador caiu no chão e se matou com um tiro na cabeça. De acordo com o governador Sergio Cabral, o sargento foi um herói – caso não tivesse entrado na escola e atingido o assassino, mais crianças teriam morrido.
Segundo Fernandes, fiscal do Detro, Wellington deixou uma carta explicando as razões do atentado. A carta ainda não foi divulgada. Em entrevista à Globo News, o coronel Djalma Beltrame (comandante do 14º BPM – Bangu), confirmou que Oliveira deixou uma carta que indica que ele tinha intenção de se matar. “Foi um ato premeditado”, disse Beltrame.
A tragédia já virou assunto em todo o mundo. É um crime inédito no Brasil e que já tornou uma das grandes preocupações da polícia dos EUA. Embora este massacre seja um crime sem precedentes no Brasil, esta não é a primeira tragédia provocada no país pela ação de um atirador. Quem não se lembra do estudante de medicina Mateus da Costa Meira, 24 anos, em 1999, invadiu uma sala de cinema e abriu fogo contra a plateia de um shopping em São Paulo?
Não basta preocupar-se apenas de quem é a culpa. Há Falta de segurança? Filmes com cenas violentas? Ao examinar a vida de Mateus, foi encontrado um desajustado. Ele não tinha amigos, nem namorada, vivia sozinho e não recebia visitas. Mateus sofria de delírios, crises de agressividade e fazia tratamentos psiquiátricos. Não muito diferente do perfil de Wellington, também com 24 anos, e segundo sua irmã, informou que o rapaz estava “esquisito”, não tinha amigos, não tinha namorada, falava muito sobre islamismo e ficava o tempo todo na internet.
Muitas pessoas estão dizendo que o perfil de Wellington é de um “psicopata”, o que é um erro. A psicopatia consiste num conjunto de comportamentos e traços de personalidade específicos. Essas pessoas causam boa impressão e são tidas como “normais” pelos que as conhecem. O comportamento de um psicopata é de irresponsabilidade, se divertem com o sofrimento alheio; não sentem culpa e sabem o que estão fazendo - “A psicopatia é um distúrbio mental grave caracterizado por um desvio de caráter, ausência de sentimentos genuínos, frieza, insensibilidade aos sentimentos alheios, manipulação, egocentrismo, falta de remorso e culpa para atos cruéis e inflexibilidade com castigos e punições” – a doença é denominada como transtorno de personalidade antissocial. Já o perfil Wellington caracteriza-se como um Assassino em Massa, muito comum nos EUA pois a cultura é mais armamentista, há maior facilidade de conseguir armas, assim as pessoas transtornadas conseguem transformar a fantasia em ação mais rapidamente. No Brasil esse tipo de ação e raro, pelo fato da cultura.
Um Assassino em Massa é de um perfil que mata um elevado número de pessoas ou um grupo de pessoas em um só momento. Também pode matar várias pessoas num curto espaço de tempo (dias ou horas), sendo uma missão imediata a ser concluída. Tem o desejo de vingança, afetar os outros e tornar púbico.  Em um acesso de vontade ele mata por impulso ou acesso de raiva, não tem em mente a continuidade do crime. Esses assassinos geralmente são do sexo masculino, conservadores. Uma característica muito importante é o fato de estar disposto a cometer suicídio, pois pensam que são uns falhados. Convencem de que não tem culpa e que os outros são culpados; por isso mais vale acabar com a vida e levar alguns cupados atrás.
Mesmo não sendo comum esse tipo de massacre no Brasil, a sociedade, o governo e as autoridades policiais devem começar a se preocupar com esse tipo de “Assassínio em Massa”. Não há apenas um culpado, existem vários fatores que devem ser levados em conta. Colocar mais seguranças nas escolas não vai resolver o problema. Primeiramente, a precupação deve vir dos pais, parentes mais próximos ou até mesmo dos amigos. Analisar o comportamento dos jovens é essencial. A adolescencia é a fase das mudanças, sentem-se mais inseguros diante das ações.
Além da preocupação da Psiquiatria, do Governo, das Autoridades Policiais, também há preocupação da Criminologia, muito pouco abordada no governo, mas de extrema importância na vida das pessoas. A criminologia é uma ciência visa estudar o crime, o delinquente, a vítima e o controle social dos delitos. Baseia-se na observação, na prática, nos fatos, argumentos, ocupa com a prevenção. É considerada interdisciplinar, passa pela sociologia, pela psicologia, psicopatologia, religião, antropologia, política, enfim, a criminologia habita o universo da ação humana. A preocupação deve primeiramente focar na Prevenção. Fica a alerta!

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